Ao avaliar o atendimento por convênios, é importante considerar seus aspectos positivos e negativos.
Os convênios médicos estabelecem um contrato que vincula a prestação de serviços de saúde por profissionais associados a seus clientes, mediante o pagamento de um valor mensal que, geralmente, varia de acordo com a idade (tornando-se mais caro com o passar dos anos). Isso significa que as pessoas tendem a procurar profissionais associados devido à mensalidade paga. Mas o que acontece quando alguém deseja consultar um profissional que não faz parte de nenhum convênio?
Para responder a essa pergunta, é necessário entender o funcionamento dos atendimentos psicológicos. De acordo com a Resolução Normativa 211/2010 e a Instrução Normativa DIPRO nº 25, ambas publicadas no Diário Oficial da União em 12 de janeiro de 2010, os planos de saúde são obrigados a cobrir até 40 sessões de psicoterapia por ano. No entanto, a realidade desses atendimentos é um pouco mais complexa.
Alguns pontos a serem considerados:
- Nem todos os planos oferecem até 40 sessões psicoterápicas por ano; alguns limitam-se a doze sessões.
- O início do tratamento psicológico normalmente requer uma indicação do médico do plano de saúde.
- O paciente frequentemente precisa agendar uma consulta mensal com o médico para obter essa indicação e dar continuidade à psicoterapia.
- Os psicólogos podem ser variáveis de uma sessão para outra.
- A maioria dos convênios estabelece um tempo limitado para cada sessão, geralmente apenas 30 minutos.
Tais restrições levantam questões sobre a qualidade da psicoterapia. Como é possível reduzir o sofrimento humano em um “tratamento” de apenas doze a quarenta sessões? Como pode a angústia ser abordada em meros 30 minutos? E como o vínculo entre terapeuta e paciente pode se desenvolver se houver mudanças frequentes de profissionais?
Diante dessas considerações, é válido questionar se não é mais vantajoso buscar a ajuda de um profissional que, muitas vezes, não atende a convênios médicos, mas que:
- Oferece sessões de 50 a 60 minutos, permitindo um tempo adequado para o atendimento.
- Mantém a continuidade com o mesmo profissional, promovendo confiança, empatia e transferência.
- Adapta o tratamento às necessidades individuais do paciente, sem reduzir o sofrimento a um prazo específico, evitando mais estresse e ansiedade.
- Garante autonomia tanto ao profissional quanto ao paciente no processo de tratamento.
Em conclusão, é fundamental refletir sobre se a economia financeira a curto prazo dos convênios médicos realmente compensa. A saúde mental é uma questão séria, e, em muitos casos, a escolha de um profissional particular pode proporcionar um tratamento mais eficaz e personalizado. Consultar um psicólogo, discutir suas preocupações e esclarecer dúvidas é sempre uma decisão sábia.